quarta-feira, 27 de outubro de 2010


De vez enquanto publicarei aqui posts com textos retirados de artigos e crônicas do Humberto, publicados no site https://itiubadomeutempo.com.br/ Vejam os quatro primeiros:

Sobre as Vovós
A história é a história que dela se conta depois. Somos descendentes dessas gerações que trazem na bagagem a linhagem das desbravadoras dos tempos sem revista semanal, rádio ao ouvido, televisão e internet. Longe vão os tempos. Perto ficam as vovós abençoadas por Deus que criam laços de estima e ainda põe ordem na casa, uma verdadeira mestra que amamos e respeitamos. Difícil é compreender a eternidade desejada para elas, quando se sabe da ligação do dia-a-dia de cada uma e da ilusão do amanhã, que disfarça a realidade alimentada por um laço nostálgico entre o coletivo e singular, representando os vestígios recheados de minúcias sem nenhum sinal de impaciência de um registro decepcionante.

Sobre o Padre Severo
Não é defesa, não é reparação, apenas, para dizer a verdade, engrossamos uma pequena fatia de estudiosos que não encontra evidências do monstro vestido de batina preta. Decorridos quase dois séculos, não se descobriu a gruta que serviria de cemitério para os assassinados.
O Padre Severo, é bom que se esclareça, era um ativo chefe político na região. Também, na mesma ocasião, construiu a “casa da Câmara ou da Intendência“, que podemos comparar as Câmaras de Vereadores de hoje, na Vila Nova da Rainha, hoje Senhor do Bonfim, o que mostra um perfil de homem de bom gosto e empreendedor. Possuía outras propriedades para criação de gado. Portanto, não era um pobre coitado.

Sobre os Vaqueiros de Itiúba
Comentar sobre a coragem dos vaqueiros, que eram nossos ídolos, quando já passados muitos e muitos anos, com certeza leva-nos a cometer algumas injustiças. Não por querer e sim por falhas da memória abarrotada de outros acontecimentos, velhos, novos e presentes. Mesmo assim, arriscamos a relembrar pelo menos dois deles.


Sobre o Ar Puro de Itiúba
Itiúba não é a terra do “já teve”. Continua linda e progredindo, pode-se dizer, no mesmo ritmo de toda região castigada pelas secas. Mas, poucos de nós lembramos que o ar puro emanado das nossas serras devolveu vidas às pessoas que por aqui desembarcaram de trem à procura da cura do ataque do bacilo de Kock – agente causador da tuberculose. Eram famílias ricas ou pobres da capital baiana, ou de outros estados, que ficavam curadas e passavam a divulgar, como gratidão ao povo e ao lugar, o milagre dos efeitos benéficos do ar puro que curava a doença.

Até antes da Segunda Guerra Mundial, terminada em maio de 1945, nossa abençoada terra era um sanatório ao ar livre. Muitos voltaram ao convívio familiar. Outros não. Por desconhecer, na época, os perigos da contaminação, muitos itiubenses padeceram da "doença sem cura", como se dizia.

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